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As Montanhas Por Entre os Dedos 

As Instalação As Montanhas Por Entre os Dedos é uma instalação de pintura apresentada na Galeria da Casa A. Molder durante os meses de Abril e Maio de 2021.  
 

« A segunda exposição da Galeria da Casa A. Molder traz-nos o trabalho de Ana Catarina Fragoso (1984). Segundo a artista, "As Montanhas Por Entre Os Dedos" – o título da exposição – “é uma instalação de pintura idealizada para o espaço da Galeria da Casa A. Molder. É um movimento entre duas paisagens dunares, onde é dia e quase de noite e caminhamos do mar para a terra.”
Há um confronto nestas paisagens, uma de areia, outra com vegetação, em dois momentos muito particulares no tempo, o dia pleno e a incandescência do cair na noite. A luz do dia que cega e o entrar na penumbra que, ao invés de cegar, nos leva a ver, por um momento escasso, um turbilhão de cores e memórias. É um confronto entre a aridez e a abundância, entre o metal e o papel. Sendo que a aridez moldável da representação das montanhas de areia, erótica, naquela luz plena, fixada na solidez do metal, nos pode levar a vaguear. Já a abundância da luz que se extingue, fixada na leveza do papel, é um espectáculo que nos obriga a permanecer ali.
São pinturas, são representações de paisagens escolhidas por Ana Catarina Fragoso. A artista encontra os seus modelos nos passeios que faz com a sua máquina fotográfica e com esse mesmo intuito. Depois, num ecrã luminoso, os seus dedos ampliam essas mesmas paisagens, até ao encontro de cores imperceptíveis a olho nu e destreinado. Pintadas no chão, com acrílico, na horizontal, uma sobre metal e outra sobre papel, estas pinturas inéditas encontram aqui, no espaço da galeria da Casa A. Molder, e na sua posição final, vertical, um confronto e uma nova convivência com o nosso corpo e com o nosso olhar. (...) »

Adriana Molder, 2021


« The Casa A. Molder Gallery’s second exhibition brings to us the work of
Ana Catarina Fragoso (1984). According to the artist, “As Montanhas Por Entre Os Dedos” [Mountains Running Through Our Fingers] – the exhibition’s title – “is a painting installation that was conceived for the space of the Casa A. Molder Gallery. It is a movement between two dunal landscapes, between day and near night, as we walk from the sea to the land.”
There is a confrontation in these landscapes, one sandy, the other overgrown, in two very definite moments in time, noon and incandescent sunset. The dazzling daylight and the approaching dusk, which, instead of blinding us, allows us to see, for one short moment, a whirlwind of colours and memories. It is a confrontation between aridity and abundance, between metal and paper. The mouldable aridity of the depiction of those sand mountains, erotic under that full light, set on the solidity of metal, can cause us to wander, while the abundance of the light that dwindles, set on the lightness of paper, is a spectacle that compels us to remain there.     
These paintings are representations of landscapes chosen by Ana Catarina Fragoso. The artist finds her models during walks she takes with her camera, with that goal in mind. Then, on a luminous screen, her fingers enlarge those landscapes, revealing colours imperceptible to the naked, untrained eye. Painted while laid horizontally on the floor, in acrylic, one on metal and the other on paper, these previously unshown paintings find here, in the space of the Casa A. Molder Gallery and in their final vertical position, a new confrontation and relationship with our bodies and gazes. (...)»

Adriana Molder, 2021

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